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Mosteiro de Alcobaça em Portugal curiosidades, sabemos do seu interesse no Mosteiro de Alcobaça, de tal forma que neste artigo concentramos esforços para saber um pouco mais sobre o mesmo, muito graças ao nosso colaborar e amigo, Joaquim Nunes, que nos leva a pensar acerca do mesmo, mas sobretudo acerca das Ordens Religiosas no período Medieval.

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Quando em 1153 D. Afonso Henriques, diz-se, que concedeu aos monges, esses extensos territórios, claro que não concedeu nada, porque era vassalo da Santa Sé, e um vassalo não tem poder de decisão. Foram as Ordens Religiosas militares que conquistaram, logo pertence a quem servem. Mas vamos aceitar que D. Afonso Henriques concedeu esses terrenos porque estavam abandonados e também por promessa, porque a vida era muito rude e difícil, somente agora tinha deixado de ser fronteira com os muçulmanos.

A conquista de Santarém, Lisboa e a rendição do castelo de Sintra, vão desenhar uma fronteira bem definida a partir do rio Tejo e a norte com a proteção do castelo de Leiria. Estavam portanto criadas as condições para camponeses, mesteirais ou comerciantes, monges começarem a trabalhar.

Arrotear matagais era prioritário, populações do norte estavam a chegar, especialmente gente sem recursos, mas também aventureiros. A excelente organização dos monges, leva à criação de coutos e as famosas granjas, com a imprescindível mão-de-obra dos irmãos conversos, que por vezes, no inicio, se juntavam a eles.

No sec. XIV todas as terras estavam organizadas e repartidas entre a Abadia e os foreiros. Mas o mosteiro não se confinara às terras doadas por D. Afonso Henriques, não só os coutos foram alargados, como toda a província da Estremadura se salpicava de casais, herdades, vinhas, mesmo granjas da abadia, o seu domínio foi sempre crescendo.

Os cereais eram guardados em estruturas de armazenamento que estavam espalhados nas suas terras, na prevenção de crises cerealíferas, tão frequentes durante a idade média, e nos anos de penúria alimentar, estes produtos eram bastante valorizados.

Mas reter os cereais, era assunto resolvido, mas os produtos que não admitiam armazenamento prolongado ainda requeriam resposta, e essa seria atingir os centros urbanos.
A Abadia avança para a plantação de vinhas, hortas, pomares em espaços peri-urbanos de todos os núcleos populacionais, simultaneamente encontravam o caminho da sua expansão dominical, deixando uma forte marca na posse de numerosas casas, lojas, cavalariças, etc.

É certo que os núcleos mais atrativos eram Lisboa e Santarém, mas o acesso a Leiria não era de subestimar, assim Leiria vai-se encher de propriedades dos monges de Alcobaça, transformando a região em volta de Leiria, numa densa mancha de propriedades dos monges, além dos moinhos para azeite e lagares para o vinho.

Para que tudo isto funcione, criou-se infra-estruturas necessárias, armazenamento e locais de venda ao publico, daí a construção de casas e celeiros, e assim Lisboa, Santarém, Leiria, Torres Vedras, Obidos, Beja, eram sedes de um importante supermercado de Alcobaça.
Mas para que tudo isto funciona-se era necessário dispor de meios humanos e adequados, para a administração dos bens, cobranças, escoamentos, arrecadação do dinheiro, etc.

Daí, que quando escrevo acerca destes temas, coloco a Igreja, como a criadora de tudo, do sistema bancário, das fábricas, dos armazéns, etc. E creio que não estou a ofender ninguém.
Naturalmente que todo este trabalho não poderia ser feito somente por monges, a Abadia tinha procuradores, leigos ou religiosos para o fazer.

As mudanças surgem, e a Abadia de produtores, passam a ser senhorios, arrendando a terceiros os seus imóveis, mas sempre em dinheiro, libertando-se assim da parte administrativa, e os réditos chegavam, embora diminuído em valor absoluto, mas livre de quaisquer encargos, e mais importante transformados em moeda.
Resulta que os celeiros e as casas onde antes se instalaram os monges, agora continuavam, mas arrendados, o que significa pagos em dinheiro, embora a existência da abadia também tinha a sua função espiritual, e de bastante longe, chegavam gentes com suas ofertas e doações de vários tipos.

Alem do mosteiro, e todo o seu complexo em Alcobaça, os monges detinham um vasto território de coutos, que somente nas cercanias incluíam treze vilas que ainda hoje podemos ver os seus legados.
Quinta do Cidral, Barrio, Quinta do Conde, Alfeizerão e S. Martinho do Porto, Cela, Maiorga, Chiqueda, Turquel, Alvorninha, Santa Catarina e Quinta do Vimeiro, estes lugares são coutos, granjas e portos. Vestiária, local que recebe este nome porque eram aqui que se faziam as vestes dos monges. Portanto: produção em série.

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Flávio