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Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal, os judeus eram uma minoria em território português desde o final do Império romano, crescendo democraticamente ao longo da idade média.

Muito diversificada em Portugal e graças á memória da toponímia urbana as Judiarias, no entanto, as Comunas na época dos Descobrimentos eram bem distintas, a Judiaria era o espaço onde habitavam os judeus inicialmente, misturados com os cristãos, já a comuna era a entidade religiosa, administrativa, judicial, fiscal e cultural, autónoma do Cristão, podendo integrar várias Judiarias como acontecia em Lisboa, onde a Comuna era dispersa por três Judiarias; a grande ou velha, a nova ou pequena, ou das taracenas e a de Alfama (ainda hoje visível). A Sinagoga era a casa da oração, a câmara de vereação, tribunal e escola quando esta não existia.

Quando falamos de comunas e judiarias, não podemos ignorar a situação de povo bastante tolerado em que os judeus viviam e toda a Cristandade, para “os” chamar à conversão voluntária com o reconhecimento de Cristo como o Messias prometido pelos profetas. Em redor das comunas existiam igrejas e mosteiros mendicantes, expressando a religião dominante sobre a religião tolerada, o mesmo não aconteceu nos reinos vizinhos.

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

As liberdades, usos e costumes das comunas, vinham expressas nas cartas de privilégio, outorgadas a cada comunidade no ato da criação pelo soberano, o monarca auferia em troca destas “benesses” o direito de exigir-lhes tributos individuais e coletivos, apenas atualizando as quantias e exigindo outros impostos pontualmente, bem como lhes pedindo empréstimos para fazerem face ás suas guerras, casamentos ou outras, os judeus tornaram-se assim direta ou diretamente os banqueiros da coroa, entregando-lhes avultadas quantias o que se relevava uma autentica opressão para os pobres. Designado por peita o tributo geral pago pelos judeus anualmente aos reis passou a ser nomeado na legislação de Dom Afonso IV por serviço real.

Sefarad, a Peninsula, a Hispânia, nesta altura Portugal e os diferentes reinos que no final do Séc. XV constituiriam a Espanha dos Reis Católicos.

Não há qualquer dúvida que os judeus na época dos Descobrimentos em Portugal teria uma ligação intima à medicina e sobretudo ao estudo da astrologia e cartografia, no entanto, a documentação á omissa sobre o tema, a contribuição dos judeus, muçulmanos e Cristão é por demais evidentes, com esta mescla de conhecimentos se chega aos Descobrimentos Portugueses, João de Barros na Década Primeira escreve que o Infante Dom Henrique” mandou vir da ilha de Maiorca um mestre Jácome um homem exemplar em cartografia na arte de navegar, para ensinar a sua ciência aos oficiais portugueses.

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

José, sapateiro de Lamego que sabendo do interesse de Dom João II pela Ásia, coloca-se-á disposição do Rei, uma vez que havia estado na Babilónia (hoje Bagdad), com o rabi Abraão de Beja teriam a missão de ir a Ormuz trazer informações sobre a rota das especiarias, ambos falavam árabe o que permitia passarem despercebidos em territórios turcos ou até mesmo entre outros judeus, servindo de “espiões” aos serviço do rei.

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

Outra figura que com certeza contribui para o sucesso, foi Abrão Zacuto, matemático, físico e astrónomo que ensinara na universidade de Salamanca, autor do Almanaque Pepétuoa este coube-lhe o supervisionamento da rota das naus que levariam Vasco da Gama á Índia, através do regimento das tábuas de declinação solar, bem como o aperfeiçoamento do astrolábio, ensinando aos pilotos portugueses os nomes dos ventos ao redor da estrela do Norte. Zacuto acabaria chegou a ser batizado, tendo deixado Portugal para a Turquia em 1502, aonde voltou ao Judaísmo.

Já no comércio, este clima pacífico que os judeus encontraram no reino que acabou por permitir-lhes expandir-se economicamente, chegando dominar em detrimentos dos cristãos, algumas áreas da economia à época, o que criaria uma concorrência mercantilista, sobretudo nas grandes cidades, criando uma xenofobia religiosa que levou a sentimentos anti judaicos de rejeição de minoria, pois o judeu não se limitava a ocupar uma única profissão, era mercador, físico, rendeiro, negociante, médico, entre outras.

 

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

O Séc. XV viu aumentar o número de judeus ricos expulsos de Castela com estabelecimento da Inquisão em  1481 que emprestariam grandes somas de dinheiro ao rei e à família real, tendo recompensas de prestigio social e de poder, entre eles as famílias Negro, Abravanel, Palaçano Latam. Tendo sido o primeiro grupo capitalista em Portugal, sendo os primeiros credores da coroa, da igreja e particulares, da nobreza ao povo, considerado por vezes uma opressão, criando o estereotipo de que o judeu era utilizador que enriquecia à custa do trabalho dos verdadeiros filhos de Deus.

Estas pressupostas levaram a medidas mais duras como a distinção físico do indivíduo da minoria nas suas vestes ou encerramento dos judeus em bairros apertados e confinados, podendo até ser preso e ver aprendidos os seus bens depois do toque das Avés Marias, no entanto, havia casos de boas relações entre famílias Cristãs e famílias judias, sendo os cristãos condenados se frequentassem as casas, festas ou mesa dos judeus assim como se permitissem o mesmo nas suas casas, uma vez que estes convívios preocupavam as autoridades eclesiásticas.

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

Com a morte de Dom João II, o seu cunhado sobe ao trono, e a sua vontade de casar com a princesa Dona Isabel de Castela, filha dos seus Católicos e a quase certeza da chegada à Índia, Dom Manuel “vê-se” obrigado a expulsar os judeus do reino, condição para o casamento, sabendo que nem todos os portugueses apoiavam esta decisão. Traçando um plano que acabaria por criar um religiocidio do Judaísmo e o confisco de todos os seus bens, chegando a ordenar para que os seus filhos lhes fossem retirados, batizados e entregues a famílias cristãs.

Os Judeus na época dos Descobrimentos em Portugal

Muitos Judeus foram batizados no Palácio dos Estaus, para poderem partir e mais tarde voltar ao judaísmo, fugindo para a Turquia ou outras cidades italianas como Nápoles, dessa forma o rei criou um dispositivo legal que os proibia de sair do reino, incentivando o casamento entre Cristão e Cristão Novos, ligando-lhes todos os acentos de nascimento e por vezes trocando-lhes os apelidos, extinguindo as Judiarias, permitindo-lhes o acesso a cargos municipais.

Com isto o rei deixa de ser tolerante, soberano das três religiões, caminhando para a unidade, um rei, um reino, uma religião, deixando para segundo relevo a importância dos judeus na época dos Descobrimentos em Portugal.

A importância dos Sefarditas que saíram de Portugal, acabam por ser primordiais na criação de Amesterdão e mais tarde Nova Iorque é sem dúvida inequívoca.

Esperamos que este artigo tenha o surpreendido pela positiva acerca da importância dos judeus nos Descobrimentos Portugueses, convidámos o conhecer melhor no nosso roteiro Judaíco.
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Flávio
Flávio é agente de reservas da Walkborder, comprometido em oferecer um atendimento personalizado e eficiente