MENU

O Museu do Holocausto na cidade do Porto abriu portas em 5 de abril de 2021, sendo o primeiro museu dedicado ao Holocausto na Península Ibérica.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o regime nazista alemão de Adolf Hitler foi responsável pelo brutal assassinato de 5,7 milhões de judeus, incluindo meio milhão de crianças, configurando-se como talvez o genocídio mais chocante da história da humanidade.

A inauguração, originalmente agendada para 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, foi adiada devido ao início do segundo confinamento em Portugal.

A Comunidade Judaica do Porto (CJP), entidade responsável pelo desenvolvimento do museu, detalha que este espaço retratará a vida judaica antes do Holocausto, abordando temas como o nazismo, a expansão nazista na Europa, guetos, refugiados, campos de concentração, trabalho e extermínio, a Solução Final, marchas da morte, libertação, a população judaica pós-guerra e a fundação do Estado de Israel.

O museu apresenta uma autêntica reprodução dos dormitórios do campo de concentração de Auschwitz, além de uma sala com nomes, um memorial da chama, cinema, sala de conferências, centro de estudos, corredores com narrativas completas e, à semelhança do Museu de Washington, exposições de fotografias e vídeos deste período conturbado da história, abrangendo desde o antes até o depois da tragédia.

O Museu será administrado por membros da Comunidade Judaica do Porto, cujos pais, avós e familiares foram vítimas do Holocausto. Estabelecerá parcerias com outros museus do Holocausto em Moscovo, Hong Kong, Estados Unidos e outros na Europa, contribuindo para preservar uma “memória que não pode ser apagada”.

Desde 2013, a Comunidade Judaica do Porto enviou seus arquivos sobre refugiados que passaram pela cidade do Porto para o Museu do Holocausto de Washington. Agora, esses arquivos retornaram, incluindo documentos oficiais, testemunhos, cartas e centenas de fichas individuais.

Nomes como Luísa Finkelstein, que recorda os familiares fuzilados após serem forçados a cavar uma vala comum, e os avós de Michael Rothwell, que foram transportados como gado para Auschwitz em 1943, são destacados. Jonathan Lackman compartilha memórias sobre o avô que fugiu de Treblinka e a avó que foi resgatada com tifo do campo de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha, onde faleceu Anne Frank.

O museu foi projetado para receber todos os públicos, mas a educação sobre o Holocausto deve começar sempre com os mais jovens, afirma Hugo Vaz, curador do museu e assessor da direção da CIP/CJP em cultura. Ele vê este museu como um ponto de partida para conscientização e sensibilização dos alunos sobre os temas relacionados ao Holocausto.

A construção desafiadora do Museu do Holocausto no Porto contou com uma significativa doação de uma família sefardita portuguesa do Sudeste da Ásia, que foi vítima de um campo de concentração japonês durante a Segunda Guerra Mundial. No museu, também estão expostos dois Sifrei Torá (rolos da Torá) oferecidos à sinagoga do Porto por refugiados.

author avatar
Walk Border