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Neste artigo, procuramos esclarecer um pouco mais o terramoto de Lisboa este de 1 de Novembro do ano de  1755, que acaba por marcar uma ruptura em Portugal, assim como em toda a Europa Iluminista, acabando por mudar a forma de viver sobretudo na Europa.

Num periodo em que Portugal dependente de uma economia completamente desregulada e desleixada em que praticamente nada produz, dependendo em muito da importação de diversos países, uma agricultura de subsistência e uma indústria inexistente, vivendo do ouro, diamantes e do comércio do açúcar que advém Brasil.

Com uma dependência muito forte das diferentes instituições religiosas, que têm a seu encargo ensino das letras e das ciências, o que acaba por sufocar qualquer tipo de ações mais esclarecidas.

Lisboa uma típica cidade medieval de ruas estreitas, sinuosas, escuras, sujas, com esgotos  ao ar livre, que nunca tinha sido objeto de reformas urbanísticas, sendo a única exceção o Bairro Alto com uma arquitetura mais racional, com uma planificação quadriculada, que acaba por ser pouco afetado pelo sismo.

O grande terramoto de Lisboa

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Com uma magnitude de cerca de 8.9o/9⁠º na escala de Richter e epicentro no Oceano Atlântico, na estrutura geológica do Banco de Gorringe onde converge a falha da microplaca da Península Ibérica e a placa africana

O sul de Portugal foi a primeira área a ser atingida e sobretudo a mais afetada, no entanto, o mesmo foi sentido em diversos locais como Espanha, Itália, França, Amesterdão, Dinamarca, Noruega, Báltico, Suécia, terras da Boémia, Espanha, Golfo de Cádiz, todo o Litoral Nordeste de Marrocos.

Eram 9H40 da manhã do dia 1 de novembro de 1755, mais precisamente no dia de Todos os Santos, dia de visitar as igrejas, quando repentinamente os sinos das igrejas começam a badalar sozinhos 3 fortes abalos separados por dois breves períodos, com uma duração de cerca de 6 minutos, subterrando vivos quem está dentro dos edifícios e claro nas igrejas, o gás que sai do subsolo assim como a poeira cegam e asfixiam as populações que fogem sem saber para onde.

Junto ao Tejo, a água “desaparece” recuando, deixando a descoberto seu leito e o fundo do rio, quando ondas à velocidade de cerca de 600 quilómetros hora atingem a orla costeira, ondas gigantes que acabam por inundar toda a cidade, seu celebre cais do Terreiro do Paço com muitas toneladas de pedra desaparece, como nunca ter ali existido, um fenómeno trágico uma vez que milhares para ali tinham ido em busca de abrigo, uma vez que não havia edificações.

Sendo um dia Santo, que obrigava a celebrações de caracter religioso assim como lamparinas em casa aos Santos mais acarinhados, a cidade acaba por arder por cerca de 5/6 dias, que muito contribuiu os entulhos, madeiras e restos de barcos trazidos pelo ‘tsunami’.

É neste  momento que entra em ação, aquele que ficará conhecido como o reconstruir de Lisboa, Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido por Marquês de Pombal, um  político oriundo da baixa nobreza, será  incumbido pelo próprio Rei D. José I, na qualidade de Secretário de estado, recebe plenos poderes para administrar a fazenda pública, e claro a reconstrução da cidade Baixa.

Uma pessoa de espírito prático e analítico (inverso ao espírito da época no país ) bastante viajado e conhecedor do mundo, é também defensor de princípios maçons (conceito pelo Maçon de Viena ) e dos ideais iluministas, sem saber a veracidade, muitos lhe atribuem a celebre frase “enterrar os mortos e cuidar dos vivos”, quando o rei lhe perguntou que em lágrimas o que fazer.

Criou hospitais de campanha, para acudir aos muitos feridos e desalojados, demoliu edifícios em risco de queda, recebe uma autorização excepcional da Igreja Católica para enterrar os mortos em valas comuns, isto para impedir a propagação de epidemias e pestes, sendo corpos foram também lançados ao Tejo amarrados a pedras.

Declarou a a lei marcial em Lisboa, sendo que quem fosse apanhado a roubar em flagrante, seria de imediato enforcado, em forcas rapidamente erguidas pela cidade, a restante população é impedida de abandonar a cidade, pois toda a gente será precisa no processo de reconstrução.

A tarefa de financiamento da reconstrução de Lisboa, advém do aumento de impostos no Brasil, a chamada  “derrama”, imposto que leva ao descontentamento dos súbditos brasileiros talvez os primeiros passos que acabam por determinar a independência do Brasil, em 1822, na burguesia portuguesa ligada ao comércio contribui com 4% sobre todos os artigos despachados da alfândega e será também a classe mais beneficiada, com edificações na Baixa Lisboeta.

Era agora altura de pensar numa cidade que pudesse resistir a futuros sismos, com ruas amplas, largas (para eventuais quedas dos edifícios), e 2 grandes praças, permitindo fluidez e lugar de fuga em caso de desastre.

Gaiola Pombalina, uma estrutura de madeira que, pela sua elasticidade se adapta aos movimentos do solo sacudido por um sismo, sistema testada por militares, quando sobre ela marcharam simulando a trepidação de um tremor de terra o Guarda fogo, paredes construídas no cimo do telhado  separando prédios vizinhos, impedindo que o fogo de se propagar para o prédio do lado.

Seus prédios praticamente todos iguais, terão no rés-do chão a loja, (comércio de rua), no primeiro andar uma  varanda, nos restantes andares  janelas de peito, e quarto andar águas-furtadas, criando uma caixa de ar para melhor controlo da temperatura no edifício, edifícios utilizados sobretudo para comércio ou pequenas fábricas e/ou serviços.

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Flávio