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Abertura do Museu do Holocausto no Porto: Um Marco Histórico na Península Ibérica

O tão aguardado Museu do Holocausto tem sua abertura marcada para o dia 5 de abril de 2021, tornando-se o primeiro museu dedicado a este tema na Península Ibérica. Como forma de incentivar o acesso à história, a entrada será gratuita até o final de maio.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o regime nazista liderado por Adolf Hitler foi responsável pelo bárbaro genocídio de 5,7 milhões de judeus, incluindo meio milhão de crianças. Este evento trágico, um dos mais chocantes da história da humanidade, será retratado no museu através de exposições impactantes que homenageiam as vítimas e educam as futuras gerações.

A inauguração, inicialmente prevista para o dia 27 de janeiro, coincidiria com o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Contudo, devido ao início do segundo confinamento em Portugal, a abertura foi adiada, reforçando a importância de garantir um espaço seguro para esta homenagem histórica.

Este museu será mais do que um espaço de memória, será um local de reflexão e aprendizado, lembrando-nos dos horrores do passado para que nunca sejam repetidos.

Museu do Holocausto no Porto

Museu do Holocausto no Porto: Um Espaço de Memória e Reflexão

A Comunidade Judaica do Porto (CJP), responsável pela criação do Museu do Holocausto, descreve este espaço como um local onde se pode conhecer e refletir sobre os horrores e a resiliência associados a este capítulo trágico da história. O museu retrata a vida judaica antes do Holocausto, a ascensão do nazismo, a expansão nazi na Europa, os guetos, os refugiados, os campos de concentração, de trabalho e de extermínio, a chamada “Solução Final”, as marchas da morte, a libertação, o impacto no pós-guerra e a fundação do Estado de Israel.

Entre os destaques, está a fiel reprodução dos dormitórios do campo de concentração de Auschwitz, que transporta os visitantes a uma experiência profundamente impactante. O museu também conta com:

  • Uma sala repleta de nomes das vítimas, oferecendo um momento de homenagem e contemplação.
  • Um memorial da chama, simbolizando a memória eterna dos que pereceram.
  • Cinema e uma sala de conferências para exibições e debates.
  • Um centro de estudos e corredores que narram em detalhes o antes, o durante e o depois do Holocausto.

Inspirado no Museu do Holocausto de Washington, o espaço apresenta ainda fotografias e ecrãs que exibem filmes históricos, oferecendo uma visão abrangente e educativa deste período devastador.

Este museu no Porto é muito mais do que um espaço expositivo; é um convite à reflexão, uma homenagem às vítimas e um lembrete poderoso para que tragédias como esta jamais se repitam.

Museu do Holocausto

Museu do Holocausto no Porto: Uma Memória que Não Pode Ser Apagada

O Museu do Holocausto no Porto será administrado por membros da Comunidade Judaica do Porto (CJP), cujas famílias, incluindo pais, avós e outros parentes, foram vítimas do Holocausto. Este museu estabelecerá parcerias com importantes instituições semelhantes em locais como Moscovo, Hong Kong, Estados Unidos e diversos países da Europa, reforçando o compromisso com uma memória que jamais deve ser esquecida.

Essas parcerias são de extrema importância e trazem benefícios mútuos. Desde 2013, por exemplo, a CJP enviou ao Museu do Holocausto de Washington um acervo valioso de arquivos relacionados aos refugiados que passaram pelo Porto durante a Segunda Guerra Mundial. Esses documentos históricos, que incluem cartas, testemunhos, fichas individuais e registros oficiais, retornaram agora para compor as exposições do museu no Porto.

O museu também honra memórias individuais, como a de Luísa Finkelstein, que no vídeo de apresentação do espaço relata a tragédia de seus familiares, fuzilados após serem forçados a cavar uma vala comum. Outra história impactante é a de Michael Rothwell, que recorda o destino de seus avós, deportados como animais para o campo de extermínio de Auschwitz em 1943. Lá, foram separados, submetidos a abusos e, finalmente, assassinados. Michael compartilha:
“Os meus avós eram bons patriotas alemães. Meus tios-avós deram suas vidas pela pátria durante a Primeira Guerra Mundial. Eles amavam um país que também era deles.”

O Museu do Holocausto no Porto será mais do que um local de exposição histórica; será um espaço de reflexão profunda, um tributo às vítimas e um alerta para as gerações futuras sobre os perigos da intolerância e do ódio.

Museu do Holocausto

Museu do Holocausto no Porto: Memórias e Educação para o Futuro

O Museu do Holocausto no Porto não é apenas um espaço de memória, mas também um local onde histórias pessoais ganham vida, como a de Jonathan Lackman, que partilha:
“O meu avô fugiu de Treblinka e a minha avó foi resgatada com tifo do campo de Bergen-Belsen, no Norte da Alemanha, onde faleceu Anne Frank. Contarei sempre a história deles.”

Segundo Hugo Vaz, curador do museu e assessor da direção da CIP/CJP para assuntos culturais, o museu foi concebido para receber todos os públicos, mas com foco especial nos mais jovens:
“O ensino do Holocausto deve começar sempre nos mais novos.” Para Hugo, o museu é um “ponto de partida” para a consciencialização e sensibilização dos alunos sobre o Holocausto, promovendo uma educação que combata a intolerância e o esquecimento.

A construção do museu, repleta de desafios, contou com o generoso apoio de uma família sefardita portuguesa do Sudeste da Ásia, que também sofreu perseguições durante a Segunda Guerra Mundial. Esta família foi vítima de um campo de concentração japonês, e sua contribuição ressalta a importância de manter vivas as memórias de todas as atrocidades deste período.

Entre as exposições do museu, destacam-se dois Sifrei Torá (rolos da Torá), que foram oferecidos à sinagoga do Porto por refugiados da guerra. Esses objetos sagrados simbolizam a resistência e a continuidade da cultura judaica mesmo nos momentos mais sombrios.

Venha conhecer este emocionante espaço, que faz parte de um roteiro único em Portugal, repleto de história, reflexão e aprendizado.

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Flávio
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